O Procon-SP registrou mais de 2.000 queixas de consumidores após a Black Friday. Entre 30 de outubro e 29 de novembro, os especialistas do órgão paulista de defesa do consumidor recebiam reclamações relacionadas a problemas de entrega, produtos não anunciados, cancelamento de compras e promoções não válidas. Entre as principais causas das queixas estão atrasos na entrega de mercadorias, com 639 registros; produtos ou serviços diferentes do adquirido (217); cancelamento de compras após a efetivação (195); maquiagem de descontos (183); e indisponibilidade de produtos promocionados (175).
De acordo com o diretor-executivo do Procon-SP, Luiz Orsatti Filho, os dados recolhidos podem servir de referência para as empresas identificar eventuais problemas e melhorar sua gestão e relacionamento com os consumidores. “Se bem utilizados, estes dados oferecem uma oportunidade de mudança estratégica para a melhoria de todo o negócio.”
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) recomendou que os consumidores redobrem os cuidados ao realizar compras nessa data. Segundo a secretaria, é importante analisar muito bem os valores dos produtos, ler com atenção as políticas de devolução e garantia e não cair em armadilhas.
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, toda publicidade deve ser clara e precisa e o interessado tem direito a informações verdadeiras sobre os produtos. Práticas como a aumentação de preços antes do evento para simular um desconto maior são ilegais. Além disso, destaca a Senacon, os consumidores têm o direito de arrependimento em compras feitas fora do estabelecimento físico, ou seja, o cliente pode desistir da compra em até sete dias e ter o direito à devolução integral do valor.
“A Black Friday é uma grande oportunidade para consumidores e empresas, mas é também um momento em que precisamos redobrar a atenção com práticas abusivas e ofertas enganosas. A Senacon está monitorando o mercado para coibir essas ações e garantir que o consumidor brasileiro tenha um consumo seguro e vantajoso. Recomendamos que todos se informem e exijam seus direitos para fazer uma Black Friday realmente consciente”, disse o secretário Wadih Damous.