O governo brasileiro tem se preparado para avaliar todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior em resposta à medida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs uma tarifa de 25% às importações americanas de aço e alumínio. A medida, que entrou em vigor ontem, é considerada uma forma de protecionismo às siderúrgicas americanas, que passam a concorrer em vantagem com produtos importados que chegarão mais caros aos Estados Unidos.
O Brasil é um dos principais afetados, pois é um grande exportador de metal para os americanos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informa que os Estados Unidos são o destino de 54% das exportações de ferro e aço brasileiros. A medida pode ter impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os EUA, estimadas em US$ 3,2 bilhões em 2024.
O governo brasileiro demonstra apoio ao sistema multilateral de comércio e considera in Justifiable e equivocada a imposição de barreiras unilaterais. A nota conjunta publicada pelos ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços cita o histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países e destaca que o Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA e o maior exportador de aço semiacabado para aquele país.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a ordem do governo é negociar e não retaliar as exportações vindas dos Estados Unidos. O presidente Lula também instruiu que “muita calma nessa hora” e que já negociou em condições até muito mais desfavoráveis do que essa. Haddad também disse que a Fazenda deve preparar uma nota técnica sobre as propostas das siderúrgicas brasileiras, para ser enviada ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, a fim de orientar as negociações com o governo americano.
As manifestações do Instituto Aço Brasil e da Confederação Nacional da Indústria apoiam esforços de convencimento via negociações entre os governos.