O mercado de trabalho formal brasileiro registrou um saldo positivo de 71 mil vagas ocupadas por estrangeiros em 2024, segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Isso representa uma alteração de 50,1% em relação ao ano anterior, quando o saldo foi de 47,3 mil vagas ocupadas por estrangeiros.

Essa é a maior elevação anual desde que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mudou sua metodologia, em 2020. A FecomercioSP destaca que os setores que exerceram maior atração aos estrangeiros foram a indústria de transformação, com 27,5 mil trabalhadores celetistas; comércio e reparação de veículos, com 15,2 mil novos postos; serviços administrativos e complementares, com 7,2 mil; serviços de alojamento e alimentação, com 5,8 mil; e construção civil, com 4,8 mil.

O mercado catarinense foi o que se expandiu com mais força para os estrangeiros, gerando 18,9 mil novas vagas. Os dados mais recentes sobre a origem dos estrangeiros presentes no mercado de trabalho brasileiro mostram que 44,3% da mão de obra do exterior era de cidadãos da Venezuela, seguidos pelos haitianos (15,8%), paraguaios (4,8%), argentinos (4,2%) e cubanos (2,9%).

A FecomercioSP salienta que o fato de dois terços da mão de obra ser preenchida por pessoas de países em crise, como a Venezuela e Haiti, mostra que o Brasil pode elaborar políticas públicas voltadas para a absorção dessas pessoas. “O fato de dois terços dessa mão de obra ser preenchida por pessoas de países em crise, como a Venezuela e Haiti, mostra que o Brasil pode elaborar políticas públicas voltadas para a absorção delas”, disse a entidade.

A FecomercioSP destaca que isso também pode gerar um efeito social relevante, pois pode proporcionar renda, acesso ao sistema de crédito e proteção institucional, já que o regime celetista garante uma série de benefícios ao trabalhador. Além disso, a entidade reforça que, se a tendência é que esse fenômeno continue crescendo, o país poderia utilizá-lo para melhorar a produção nacional e expandir os setores que mais demandam por mão de obra.

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