Nesta terça-feira (3), o mercado financeiro brasileiro experimentou um dia de tranquilidade, impulsionado pela expectativa de medidas fiscais no país e pelo alívio externo. O dólar comercial caiu para a menor cotação em três semanas, enquanto a bolsa de valores subiu pela primeira vez após quatro quedas seguidas.
O dólar comercial fechou o dia sendo vendido a R$ 5,635, com uma queda de R$ 0,043 (-0,75%) em relação à cotação anterior. Durante a manhã, a cotação operou em alta, atingindo R$ 5,71 por volta das 10h, mas começou a cair após uma entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa entrevista, Lula confirmou a discussão de medidas alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na mínima do dia, por volta das 15h, a cotação chegou a R$ 5,62.
Essa foi a menor cotação da divisa desde 14 de maio, e o dólar acumula uma queda de 1,45% em junho e de 8,77% em 2025. O mercado de ações também teve um dia de recuperação, com o índice Ibovespa, da B3, fechando aos 137.546 pontos, com uma alta de 0,56%. Além da influência das notícias domésticas e internacionais, a bolsa foi beneficiada por investidores que aproveitaram a queda de ações nos últimos quatro pregões para comprar papéis a preços mais baixos.
As declarações do presidente Lula, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e dos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, também contribuíram para o bom desempenho do mercado financeiro. Embora o ministro tenha anunciado que as propostas alternativas ao aumento do IOF só serão enviadas ao Congresso na próxima semana, os três disseram haver um “alinhamento” entre o governo e o Legislativo, o que sugere uma maior cooperação entre os poderes.
No exterior, o desempenho positivo das bolsas norte-americanas também foi um fator que contribuiu para o bom desempenho do mercado financeiro brasileiro. Apesar de uma leve alta das taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados um dos investimentos mais seguros do planeta e que atraem recursos de países emergentes, o clima internacional continuou positivo.
As notícias de que o governo brasileiro está trabalhando em medidas para equilibrar as contas públicas e impulsionar a economia também contribuíram para a tranquilidade do mercado. A confirmação de que o presidente Lula está disposto a discutir medidas alternativas ao aumento do IOF foi vista como um sinal de que o governo está aberto a encontrar soluções para os problemas econômicos do país.
No entanto, é importante notar que o mercado financeiro ainda está enfrentando desafios, e a tranquilidade atual pode ser passageira. A alta das taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, por exemplo, pode continuar a atrair investidores para os mercados mais seguros, o que poderia levar a uma fuga de capitais dos países emergentes, incluindo o Brasil.
Em resumo, o mercado financeiro brasileiro teve um dia de tranquilidade, impulsionado pela expectativa de medidas fiscais e pelo alívio externo. A queda do dólar e a alta da bolsa de valores foram os principais destaques do dia, e as declarações do presidente Lula e de outros líderes políticos contribuíram para a confiança do mercado. No entanto, é importante continuar a monitorar os desenvolvimentos econômicos e políticos para entender melhor os desafios e oportunidades que se apresentam para o mercado financeiro brasileiro.