O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Governo do Estado da Bahia assinaram um contrato no valor de R$ 299 milhões para apoiar a agricultura familiar no semiárido baiano. O contrato faz parte da iniciativa Sertão Vivo, que tem como objetivo apoiar a adoção de práticas agrícolas resilientes às mudanças climáticas por agricultores familiares da região.

De acordo com o BNDES, os recursos serão destinados a 75 mil famílias, o que corresponde a cerca de 300 mil pessoas, em 49 municípios da Bahia. Do total de recursos contratados, R$ 252 milhões serão disponibilizados em forma de empréstimo ao governo estadual, e os R$ 47 milhões restantes serão repassados pelo BNDES de forma não reembolsável. Para os agricultores familiares, o apoio será 100% não reembolsável.

A assinatura do contrato ocorreu em cerimônia em Itiúba (BA), que contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), da diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, e da representante do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Alessandra di Giacomo.

Durante a cerimônia, o monitor da Escola Família Agrícola (EFA) de Monte Santo, Lucas da Silva Santos, discursou sobre a importância do projeto para a região. Ele disse que graças aos projetos que chegam na região, ele conseguiu realizar o sonho de estudar e de ter a própria terra. “É, sim, possível viver no semiárido. Na verdade, viver, não, conviver com ele. A gente tem a ideia que o semiárido é um lugar seco, com solo rachado e com carcaça de animais. Mas, eu mostro para vocês que o semiárido é vivo, verde e cheio de abundância”, disse.

A estudante do curso técnico de agropecuária da EFA de Itiúba, Anita Andrade da Silva, também discursou sobre a importância do projeto para os jovens. “Ouvimos muito dizer que jovens não querem nada, mas nós queremos. Nós queremos o futuro, queremos transformar, queremos sonhar”, disse.

A iniciativa Sertão Vivo é uma parceria do BNDES com o FIDA, da Organização das Nações Unidas (ONU), que conta também com recursos do Green Climate Fund. A previsão é que sejam destinados mais de R$ 1,3 bilhão a projetos no semiárido de seis Estados do Nordeste: Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Piauí e Sergipe. Parte dos recursos são empréstimos e deverão ser reembolsados, e parte é doação.

Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o programa vai contribuir para transformar a realidade do semiárido da Bahia. “É uma das prioridades do governo Lula, dar condições para que as famílias que vivem no sertão possam melhorar de vida de forma sustentável e, ao mesmo tempo, estejam preparadas para as mudanças climáticas. O programa atua de forma integrada: combate à pobreza, aumenta a produção de alimentos com tecnologias que se adaptam ao semiárido, recupera sistemas degradados da caatinga e gera resiliência climática. O resultado é mais renda, qualidade de vida e comida na mesa”.

A estimativa é que o programa beneficie cerca de 326 mil famílias (aproximadamente 1,3 milhão de pessoas) em situação de vulnerabilidade. Com isso, o Sertão Vivo se torna uma das principais iniciativas de desenvolvimento sustentável do Brasil, com o objetivo de melhorar a vida das famílias que vivem no semiárido e contribuir para a redução da pobreza e da desigualdade no país.

Além disso, o programa também visa promover a sustentabilidade ambiental, recuperando sistemas degradados da caatinga e gerando resiliência climática. Isso será feito por meio da adoção de práticas agrícolas resilientes às mudanças climáticas, como a irrigação eficiente, a conservação do solo e a gestão sustentável da água.

Em resumo, o contrato entre o BNDES e o Governo do Estado da Bahia é um importante passo para o desenvolvimento sustentável do semiárido baiano. Com recursos de R$ 299 milhões, o programa Sertão Vivo visa apoiar a agricultura familiar, combater a pobreza e promover a sustentabilidade ambiental, beneficiando cerca de 326 mil famílias em situação de vulnerabilidade.

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