Na maior parte dos cadernos e livros de crianças no Brasil, a maioria dos heróis são personagens brancos, o que é muito ruim para a população negra, que precisa reconhecer suas próprias histórias e heróis. A líder quilombola Rose Meire Silva, de 46 anos, de Simões Filho (BA), fez campanha nas escolas para que o currículo seja inclusivo e reflete a diversidade cultural e racial do Brasil.

A Lei 10.639, aprovada em 1998, tornou obrigatório o ensino de cultura afro-brasileira nas escolas brasileiras, mas, após 22 anos, a maioria das secretarias municipais de Educação ainda não desenvolvem nenhuma ação para implementar essa lei. A pesquisa revelou que sete em cada dez secretarias não realizam nenhuma ação ou desenvolvem poucas ações para ensinar história e cultura afro-brasileira.

Professoras em educação e direitos humanos, como Gina Vieira e Luiza Mandela, defendem que a busca por direitos é uma busca justa e que os professores devem se pautar pela promoção da diversidade e da identidade brasileira. Elas também entendem que é importante celebrar a lei e seus avanços, como produções intelectuais negras e a criação de um respaldo para os professores que trabalham com essas temáticas.

No entanto, as pesquisadoras também acreditam que a lei e sua aplicação precisam ser aperfeiçoadas. Gina Vieira e Luiza Mandela argumentam que falta disciplinas obrigatórias para os cursos de licenciatura e que podem haver resistência dos profissionais do ensino público e privado.

Recentemente, a Educação lançou a Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ) e uma pesquisa para monitorar a implementação da educação para as relações étnico-raciais e da educação escolar quilombola.

Para o professor Claudio Valente, da comunidade do Ibura, a escola tem papel fundamental na socialização do indivíduo e é preciso que haja fiscalização sobre a aplicação das leis no currículo. A Política Nacional da Educação considera que, apesar de existirem desafios, houve avanços significativos em 22 anos da Lei 10.639, incluindo o lançamento da PNEERQ e a criação de um feriado nacional em homenagem à Consciência Negra.

No entanto, é fundamental que se continue trabalhando para implementar essa lei de forma efetiva e criar programas que promoção a igualdade étnico-racial e combatiem o racismo.

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