Seis universidades públicas paulistas pretendem mudanças no modelo de suas pós-graduações para atraírem mais estudantes em 2025. A proposta busca tornar os programas mais flexíveis, com conteúdo mais moderno e atividades externas, para compensar a queda no número de graduados e de novas inscrições.

A avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) mostra que apenas 6 ou 7 das universidades paulistas estão aptas a realizar essas mudanças. O acordo entre a Capes, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e as universidades envolvidas visa implementar as mudanças nos próximos anos.

Segundo Marco Antonio Zago, presidente da Fapesp, a pós-graduação no Brasil enfrenta uma crise com um declínio expressivo no número de graduados e de novas inscrições. Zago afirma que os jovens estão se afastando do ensino superior por desilusão com o ensino universitário e a dependência de bolsas de estudo. Além disso, a pouca procura é resultado da falta de recursos para os institutos de pesquisa e universidades, levando muitos jovens a procurarem oportunidades fora do país.

O presidente da Fapesp também criticou a estrutura atual da pós-graduação, considerando que foi se “complicando” burocraticamente ao longo dos anos, com a criação de disciplinas teóricas e atividades adicionais que nada têm a ver com a essência da pós-graduação.

Zago sugeriu medidas para atrair os estudantes, incluindo o aumento do valor das bolsas, pagamento de Previdência Social, redução do tempo de graduação e diminuição da burocracia. O acordo também prevê a concessão de bolsas de doutorado e de pós-doutorado para os alunos que mudam o nível de pós-graduação.

Para Zago, é preciso simplificar a pós-graduação e torná-la mais flexível, com um objetivo claro: proporcionar treinamento essencialmente ligado ao método científico, para que os estudantes possam se tornar bons professores, pesquisadores ou profissionais das empresas. A meta é que, em um ano, pelo menos 30% dos alunos que iniciam o mestrado passem a ser candidatos ao doutorado.

Com essas mudanças, a pós-graduação brasileira pode se tornar mais atraente e atraer mais estudantes, o que é essencial para o crescimento do país em termos de ciência e tecnologia.

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