O Brasil conquistou duas medalhas no Campeonato Mundial de Judô em Budapeste, Hungria, no terceiro dia da competição. O gaúcho Daniel Cargnin foi vice-campeão na categoria dos 73 quilos, e a paranaense Shirlen Nascimento, estreante na competição, levou a medalha de bronze nos 57 kg.
A prata conquistada por Cargnin tem um significado especial, pois ele quebrou um jejum de oito anos sem finalistas brasileiros na disputa masculina do Mundial. Além disso, o judoca gaúcho de 27 anos, duas vezes bronze olímpico, voltou a competir recentemente, após oito meses longe dos tatames, depois de tratar lesões no tornozelo e no ombro.
Cargnin teve uma campanha espetacular em Budapeste, vencendo cinco lutas antes de ser superado pelo francês Joan-Benjamin Gaba, atual vice-campeão olímpico, na final. O adversário desferiu um waza-ari que projetou o brasileiro no golden score (tempo extra). Mesmo com a derrota, Cargnin está feliz com a medalha de prata e acredita que é importante manter o pé no chão e aproveitar o momento presente.
“Eu acho que o Mundial, às vezes, é até mais difícil que a própria Olimpíada, porque pode dobrar algumas categorias. Eu acho que, em relação a Los Angeles, agora é manter o pé no chão. No ciclo passado, quando eu medalhei no Mundial, eu já pensei em medalhar na Olimpíada também. Eu estava pensando só no futuro e não aproveitava os momentos do presente, sabe? Então eu acho que agora é aproveitar essa medalha de prata”, disse Cargnin.
Já Shirlen Nascimento, de 25 anos, estreou no Mundial de forma inesquecível, subindo ao pódio e colocando seu nome em uma seleta lista do judô brasileiro. A paranaense vem se destacando no cenário internacional desde o fim de 2024, quando faturou o bronze no Grand Slam de Abu Dhabi. Ela conquistou a medalha de bronze no Mundial após vencer a turcomena Maysa Pardayeva no golden score.
“Eu peguei uma chave dura, logo no começo. Só que todo mundo me deu as dicas do que fazer, então pareceu até que foi um pouco fácil. Mas eu acho que eu sempre venho me esforçando muito, e uma hora o resultado vem. Eu acho que eu estou num momento muito bom, eu venho melhorando a cada dia. Estou tendo muita ajuda também, o pessoal vem me ajudando bastante”, revelou a judoca paranaense.
A competição reúne ao todo 556 judocas de 93 países, entre eles 18 atletas brasileiros, e vai até a próxima sexta-feira (20). Nesta segunda-feira (16), os brasileiros Nauana Silva, Rafaela Silva, Gabriel Falcão e Luan Almeida disputam as lutas preliminares a partir das 6h, e as finais estão programadas para às 13h, horários de Brasília.
Com essas medalhas, o Brasil está começando a criar expectativas para os Jogos de Los Angeles em 2028. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) está trabalhando para manter os atletas em alta performance e conquistar mais medalhas nos próximos anos. Com a prata de Cargnin e o bronze de Shirlen, o Brasil está no caminho certo para alcançar seus objetivos no judô.