A corrida de rua mais tradicional do Brasil, a São Silvestre, completa 100 anos em 2025. Durante esses anos, a competição manteve a característica de reunir uma grande quantidade de corredores anônimos, que participam da prova por diversão, para cumprir uma promessa ou mesmo por causa de saúde. Além disso, há quem participe da prova para fazer um pedido especial como o de casamento.
Um exemplo é o caso de Reginaldo Barbosa Pereira, que completará 44 anos de idade em breve. Ele corrêra a São Silvestre há quatro anos e decidiu pedir a noiva, Vanessa Cristina Ferreira, de 33 anos, em casamento. “Eu a conheci através da corrida e acho que essa foi uma ocasião especial para pedi-la em casamento”, contou.
Já Regiane Silva, técnica de enfermagem de 58 anos, corrêra a São Silvestre desde 2017 por causa de uma fibromialgia. “Ela ocorre no último dia do ano e nos desafia a fazer algo diferente. Ela nos motiva. Cada caso é um caso. Cada corredor é uma história diferente”, disse. “Para mim, não importa se eu corro bem ou se corro mal, se eu vou caminhar ou correr. Eu mesma não me preparei porque tive um problema de saúde. Eu vou caminhar e pegar a minha medalha, e no ano que vem, que é o centenário da prova, quero estar aqui de novo”.
Há também os que participam da prova fantasiados, para “divertir as crianças”. Miguel dos Santos Rocha, de 64 anos, é um exemplo. Ele já correu cinco vezes vestido de Chapolim, e acha que correr fantasiado é mais desafiador, mas adora correr e acha que a São Silvestre tem um gosto especial.
Outrocorredor é Leandro Leal, publicitário e escritor de 47 anos, que tem um objetivo especial: correr ao lado do pai, José Batista Leal Filho, de 82 anos. “Corro à São Silvestre, primeiramente, porque este é um evento muito brasileiro e muito paulistano. Acho que quem mora em São Paulo e gosta de correr não pode perder”, disse.
Para Leandro, o preparo para a prova é especial. “Eu faço um jantar para ele na véspera, com massa e carboidrato. Para o meu pai, é como se fosse uma véspera de Natal para uma criança. Ele vem para cá com o ânimo de uma criança e, para mim, esse é meu maior objetivo”, disse.
O pai de Leandro também acha que correr a São Silvestre é importante para a qualidade de vida. “Decidi correr após um câncer. O atletismo para mim é qualidade de vida. A São Silvestre é como se fosse um atestado médico”, contou.
As histórias são muitas, mas o objetivo de todos os corredores da São Silvestre é um só: conseguir terminar a prova. O maior obstáculo para isso é o trecho final, a subida da Brigadeiro Luiz Antônio. “Já chegamos na Brigadeiro cansados. Mas apostamos na adrenalina”, brincou José Batista Leal Filho.