Nos últimos 24 horas, São Paulo registrou dois incidentes graves envolvendo violência policial. No primeiro, um policial militar (PM) jogou um homem da ponte em Cidade Adhemar, na zona sul da capital, durante uma abordagem. No segundo, um PM, que estava de folga, matou um rapaz de 26 anos com tiros nas costas após ele furtar um mercado no Jardim Prudência, também na zona sul.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, divulgou nota nas redes sociais afirmando que a atuação dos policiais deve ser rigorosa e ressaltou que anos de legado da PM não podem ser manchados por condutas antiprofissionais. “Policial não atira pelas costas em um furto sem ameaça à vida e não arremessa ninguém pelo muro. Pelos bons policiais que não devem carregar fardo de irresponsabilidade de alguns, haverá severa punição”.
O governador Tarcísio de Freitas também se manifestou, afirmando que o caso será rigorosamente investigado e punido.
No caso do homem jogado da ponte, a Secretaria de Segurança Pública informou que dois sargentos e 11 cabos e soldados serão afastados das ruas até o fim das investigações. A instituição repudia a conduta ilegal e instaurou um inquérito para apurar os fatos e responsabilizar os agentes.
No outro caso, Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi morto por 11 disparos feitos pelo PM Vinícius de Lima Britto, que estava de folga. Soares havia furtado produtos de limpeza em um supermercado e fugiu, sendo atingido pelos tiros. O PM alegou ter atirado em legítima defesa, mas a Secretaria de Segurança Pública disse que parentes da vítima foram ouvidos e que diligências estão em andamento para identificar e qualificar a testemunha que esbarrou na vítima durante sua fuga.
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo se manifestou, criticando a conduta dos policiais e cobrando providências. “O primeiro caso, já tratado por esta Ouvidoria, sobre a morte de Gabriel Renan da Silva Soares no estacionamento do Oxxo no Jardim Prudência, na Zona Sul da capital, em 3 de novembro, desmonta a versão oficial com os vídeos mostrando o jovem negro sendo executado com 11 tiros pelas costas por policial militar supostamente de folga”.
A Ouvidoria também criticou o fato de os policiais não terem interrompido o ato de violência durante o caso do homem jogado da ponte. “Os demais PMs presentes na ocorrência, que poderiam atuar para que o inexplicável gesto não ocorresse, nada fazem no entanto”.