O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) RSented que havia conhecimento da falta de manutenção e conservação da Igreja São Francisco de Assis, em Salvador, mas não foi comunicado sobre a situação emergencial da edificação. A Igreja, considerada um Patrimônio Mundial e uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, desabou na última quarta-feira, causando a morte da turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, natural de Ribeirão Preto (SP), e ferindo outras seis pessoas.
O Ministério da Cultura (MinC) e o Iphan afirmam que a Igreja é de propriedade da Ordem Primeira de São Francisco, responsável pela gestão e manutenção da igreja. Em maio de 2022, o Iphan emitiu um auto de infração à proprietária da igreja, a Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil – Comunidade Franciscana da Bahia, “em razão da degradação da Igreja por falta de manutenção e conservação”.
Uma visita técnica do Iphan à edificação havia sido agendada para ontem, após o Instituto receber um pedido de avaliação de uma dilatação do forro do teto da igreja, sem indicação de situação emergencial. O pedido foi encaminhado pelo guardião da Igreja e Convento de São Francisco, Frei Pedro Júnior Freitas da Silva.
A Defesa Civil Municipal e o Corpo de Bombeiros não foram comunicados sobre eventuais riscos de danos às instalações desde segunda-feira até o momento da queda do teto. O Iphan afirma que vem investindo na preservação e restauração da Igreja, como as ações de restauro dos painéis de azulejaria portuguesa no valor de R$ 4,1 milhões, concluído em maio de 2023, e a elaboração do projeto de restauração total da Igreja e do Convento, atualmente em andamento, no valor de R$ 1,2 milhão.
A polícia civil baiana abriu inquérito para apurar o incidente, e a Polícia Federal está realizando exames e diligências iniciais para reunir provas e informações sobre o desabamento. A investigação também incluirá a análise dos responsáveis pela manutenção e conservação da igreja.