A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, está apresentando um quadro de saúde positivo. De acordo com o boletim médico divulgado pelo Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, Juliana está respirando sem ajuda de aparelhos, está lúcida, consegue abrir os olhos e interagir com o ambiente e pessoas.
A jovem passou por uma traqueostomia e, desde então, começou a respirar de maneira espontânea, sendo retirada do suporte da ventilação mecânica apenas para fisioterapia respiratória. A sedação foi suspensa e Juliana vem evoluindo as condições neurológicas, apresentando abertura ocular espontânea, boa interação com o ambiente e as pessoas, se mostrando lúcida e obedecendo a comandos.
O boletim médico também informa que o processo de reabilitação psicomotora já foi iniciado e seguirá de acordo com a tolerância da paciente. Juliana Rangel continua em terapia intensiva, acompanhada pelo serviço de neurocirurgia em conjunto com equipe multidisciplinar.
O caso de Juliana é um exemplo de como a atuação da PRF pode ter consequências graves e irreversíveis. A jovem foi atingida por um tiro de fuzil na noite de Natal, dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias. O pai dela, que dirigia o carro, disse que não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando o caso e o diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas pelos seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.
Este caso é um exemplo de como a atuação da PRF pode ter consequências graves e irreversíveis. Em 2023, um outro caso de carro atingido por tiros disparados por policiais rodoviários federais no Rio de Janeiro terminou com a morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos. A abordagem foi no dia 7 de setembro, na Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, conhecida como Arco Metropolitano, na altura do município de Seropédica.
O decreto publicado pelo governo federal em 2023 para regulamentar o uso da força durante operações policiais estabelece que o emprego de arma de fogo será medida de último recurso. No entanto, casos como o de Juliana e Heloísa demonstram que é necessário mais do que apenas regulamentações para garantir a segurança e a vida das pessoas. É necessário que a PRF e outras corporações policiais sejam mais responsáveis e respeitosas com a vida das pessoas.