Neste quarto dia após o aumento das passagens de transporte público em São Paulo, de R$ 4,40 para R$ 5,00, e das passagens do transporte sobre trilhos de R$ 5,00 para R$ 5,20, várias centenas de pessoas marcharam em protesto pelo centro da capital. A manifestação, que começou na frente da prefeitura, percorreu o centro da cidade e terminou no Vale do Anhangabaú, com cerca de 2.000 pessoas participando.
O ato foi convocado após a prefeitura anunciar o aumento de passagens no dia 26, após uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT). Membros da oposição e alguns conselheiros alegaram que a municipalidade não permitiu um debate amplo sobre o aumento e a participação estatal no financiamento do sistema. O movimento reclama do peso do valor das passagens no orçamento da maioria da população.
A bandeira defendida pelo movimento é a de uma cidade mais justa e igualitária, onde o transporte público seja gratuito para todos. A organização, originada na Campanha do Passe Livre em Florianópolis, no ano 2000, e em mobilizações em Salvador, em 2003, tornou-se um movimento internacional, com coletivos locais atuando em mais de 20 cidades do Brasil.
A mobilização em São Paulo feita pelo Movimento Passe Livre contou com uma multidão de pessoas vindas de diferentes setores da sociedade, incluindo estudantes, trabalhadores, idosos e pessoas com deficiência. Eles gritaram palavras de ordem contra os novos valores e privatizações, e a favor da gratuidade dos transportes públicos. A prefeitura justificou o aumento afirmando que há gratuidades para públicos específicos, como estudantes, idosos e deficientes, além de ter passado 5 anos sem aumento.
O protagonista do movimento, o Passe Livre, voltou às origens, atuando como um movimento de discussão permanente e horizontal, com menos participantes e entusiastas, mas ativo nas redes e eventualmente, como hoje, em mobilização nas ruas. A luta pela justiça urbana e a defesa do transporte público público são fundamentais para o futuro da cidade, garantindo a qualidade de vida para todos os paulistanos.