Marcha da Maconha 2023: "O Clima Tá Tenso"

No último sábado, 14 de abril, a 17ª edição da Marcha da Maconha foi realizada na Avenida Paulista, em São Paulo. Com o lema "O Clima Tá Tenso", a marcha reuniu centenas de pessoas que lutam contra a repressão ao uso da cannabis e pela legalização da planta. O evento contou com a participação de personalidades como o rapper Marcelo D2 e representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A marcha se concentrou em três vertentes principais: liberdade, direito e reparação. A primeira vertente, "liberdade", se refere ao livre uso da maconha sem opressão de entidades governamentais ou sociais. A segunda, "direito", diz respeito à legalização da maconha na lei, de modo que os usuários não sejam mais perseguidos ou punidos. A terceira vertente, "reparação", aborda a necessidade de justiça para aqueles que foram acusados injustamente de crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Participação do MST

O diretor estadual do MST, Luciano Carvalho, esteve presente na marcha e destacou a importância da causa. "A marcha é um movimento tão grande, com ampla presença da juventude, que é contra discriminação e preconceitos. E aí a gente falou: por que não juntar essas pautas? Levantar nossas bandeiras contra um Estado que é opressor, contra um latifúndio agressor, destruidor da natureza e contra o preconceito", afirmou.

Marcelo D2: "É distópico que a maconha ainda não seja legalizada"

O rapper Marcelo D2 também participou da marcha e destacou a importância da causa. "Eu acho que é um encontro de comunidade. É muito importante estar aqui, tá ligado? É meio distópico que em 2025 seja necessário fazer uma marcha para legalizar a maconha, para acabar com a violência. Enquanto quase toda a América do Sul tá legalizada, a gente tá aqui no meio ilegal", disse.

Cannabis e saúde mental

A cannabis tem sido cada vez mais reconhecida por suas propriedades medicinais, especialmente em relação à saúde mental. Bekoy, uma mulher de 41 anos de origem Tupinambá, compartilhou sua experiência com a maconha. "Eu sofri abuso sexual até meus 32 anos de idade. Eu passei pela exploração e eu não sabia o que era aquilo. Eu vivi uma vida inteira de violência. Foi através da maconha que consegui viver. É por isso que eu estou aqui hoje [na marcha]. Para pedir a legalização. Vamos tratar a vida com essa planta. Essa planta salva vidas", disse.

A marcha foi um sucesso e reuniu pessoas de todas as idades e origens. A causa da legalização da maconha é cada vez mais urgente, especialmente em um país onde a violência e a repressão são comuns. A marcha mostrou que a luta pela liberdade, direito e reparação não é apenas uma causa política, mas também uma questão de saúde e bem-estar. É hora de repensar a política de drogas no Brasil e dar um passo em direção à legalização e regulamentação da maconha.

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