A economista Juliane Furno concedeu uma entrevista ao jornalista Leandro Demori, discutindo sobre a política monetária dos Estados Unidos, as tensões comerciais internacionais e a situação econômica do Brasil. Ela destacou a necessidade de diversificar o debate econômico, para que seja mais democrático e plural.
Furno criticou a hegemonia das ideias liberais e neoliberais, que não são questionadas em seu discurso e podem promover a exclusão de outras perspectivas. Ela enfatizou que essas ideias podem levar a consequências negativas, como inflação e desemprego.
A economista também abordou a situação internacional, destacando que a Rússia, a China, a Indonésia e a Índia estão desafiando a hegemonia dos Estados Unidos. Historicamente, os EUA reagiram a essas ameaças aumentando a taxa de juros para realçar o dólar, mas atualmente, eles enfrentam desafios em três frentes: monetário, tecnológico e militar. Em vez de adotar uma postura defensiva, o governo americano, especialmente sob o comando de Donald Trump, busca ampliar sua influência global e intensificar disputas comerciais.
Furno alertou para as consequências de uma política de tarifas protecionistas, que pode fortalecer a indústria interna a curto prazo, mas também gera inflação e afeta diretamente o consumidor. Ela também criticou a política monetária dos EUA, que pode levar a taxas de juros mais altas, o que pode esfriar a dinâmica econômica e levar a um aumento no desemprego e à redução no crescimento econômico.
A economista acredita que o atual cenário oferece uma janela histórica para mudanças significativas no sistema econômico global e que o Brasil deve barganhar nesse cenário de disputa, principalmente com a China e os EUA. Ela concluiu que os países podem se desenvolver mais fora da influência do imperialismo americano e que é uma oportunidade para os países em desenvolvimento como o Brasil.
O programa “Dando a Real com Leandro Demori” está disponível no YouTube, na TV Brasil, no app TV Brasil Play e nas rádios Nacional e MEC.