Uma série de eventos ao longo desta semana marcam os cinco anos da tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais. O rompimento da barragem da Vale deixou 272 mortos. Segundo a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos da Tragédia do Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão Brumadinho, nenhuma das 16 pessoas acusadas pelo Ministério Público de Minas Gerais por homicídio doloso, duplamente qualificado, foi a julgamento.  

Nesta segunda-feira (22), a Câmara Municipal de Brumadinho sediou o seminário Cinco anos sem justiça. A presidente da Associação, Andresa Rodrigues, fez um breve relato da linha temporal dos trâmites judiciais a respeito do caso para enfatizar a lentidão do julgamento.

“Em 25 de janeiro de 2020 denunciada às 18 pessoas por homicídio e empresas por crimes ambientais; 19 de outubro de 2021, STJ anula o recebimento da denúncia da justiça estadual; 6 de junho de 2022, ministro Edson Fachin do STF devolve a ação para a justiça estadual; 16 de dezembro de 2022, 2ª Turma do STF decide que a ação vai para a Justiça Federal; 24 de janeiro de 2023, Justiça Federal em Minas aceita a denúncia trâmite e é reiniciado; 13 de dezembro de 2023, ex-presidente da Vale Fábio Schvartsman pede que habeas corpus para deixar de ser réu da ação.”         

Também participaram do seminário representantes e familiares de associações de outras grandes tragédias nacionais, entre elas, parentes dos atingidos pelo rompimento da Barragem da Samarco, na cidade mineira de Mariana; pessoas que foram afetadas pelas atividades da mineradora Braskem em Maceió; e parentes das vítimas do incêndio da Boate Kiss em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. 

Andresa destacou a importância de unir as falas das associações durante o seminário. 

“O que nos une neste seminário, os representantes de três estados brasileiros com características próprias e peculiares, é a atitude daqueles que não fizeram nada e daqueles que não fizeram o suficiente para impedir. O seminário tem o título Cinco anos sem justiça para Brumadinho, mas poderia também se chamar Dez anos sem justiça para Santa Maria, Oito anos sem justiça para Mariana, Seis anos sem justiça para Maceió. É preciso aprender que multa, que dinheiro, não segura barragem” 

E a partir desta segunda-feira foi lançada uma plataforma virtual onde serão atualizados o andamento dos processos abertos contra a Vale, seus executivos e contra a empresa alemã Tüv Süd, que prestava consultoria para a mineradora. O endereço é obspenalbrumadinho.com.br

Até quinta-feira, data dos cinco anos da tragédia de Brumadinho, estão previstas outras ações, como: a Carreata por Justiça e eventos religiosos. E, no dia 25 de janeiro, tanto em Brumadinho, quanto na Avenida Paulista, em São Paulo, acontecerão atos em prol das vítimas e atingidos pelo rompimento da barragem. 

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