Uma comitiva composta pelos ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, e do Meio Ambiente, Marina Silva, visita nesta segunda-feira (4), algumas áreas atingidas pela cheia do rio Acre. Na agenda também estão previstas reuniões com o governador do estado, Gladson Cameli, prefeitos e parlamentares para discutir o apoio do governo federal nas ações.

No estado, subiu de 17 para 19 o número de municípios acreanos que tiveram decretada situação de emergência por causa das enchentes. O decreto do Governo Estadual é válido por 180 dias.

Segundo o Boletim mais recente que monitora as cotas de transbordamento das seis principais bacias hidrográficas que cortam o estado, em pelo menos dez municípios houve registro de superação da cota de transbordamento nas últimas 24 horas. Alguns já alcançaram a cota histórica, como Brasiléia e Jordão que tiveram, respectivamente, 75% e 80% da cidade atingida pelas águas.

Mário Campos falou de dentro de uma canoa, em uma das dezenas de ruas que viraram rios, em Brasiléia, uma das cidades acreanas com pior cenário devido as enchentes. Ele fala da rotina de alagamentos, que vive há vários anos.

“Eu estou na quinta alagação. A primeira alagação, eu era criança, mas tem uma lembrança. Perdemos muita coisa em 2015 e estou sofrendo muito, porque eu estou vendo tudo acontecer e sou filho daqui”, relata.

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o Rio Acre, na capital, chegou a 17,68 metros na noite deste domingo, sendo o terceiro maior registro de alta do Rio Acre, desde que o monitoramento começou a ser feito, em 1971. A maior cota registrada foi de 18,40 metros em 4 de março de 2015. No último sábado, foram instalados mais pontos com réguas de monitoramento no Igarapé São Francisco, que também corta a capital. A ideia é que o equipamento auxilie as ações preventivas da Defesa Civil.

O Capitão Farias, Chefe de Operações do Corpo de Bombeiros, destacou que a população dos municípios, com suas embarcações, está ajudando na formação de equipes voluntárias, que apoiam o socorro e a distribuição de mantimentos feita pela corporação.

“Contamos com apoio de diversas instituições municipais e estaduais, bem como os civis, um público bastante expressivo. Nós dividimos essas equipes em dois turnos, dia e noite, para oferecer o suporte necessário, o socorro às vítimas. Levando água, alimentos. Uma estrutura mínima essas pessoas, em comunidades rurais distantes”, detalha o capitão. 

Dona Dominga de Albuquerque, que mora na cidade de Xapuri, foi uma das pessoas socorridas, que teve a casa alagada pela enchente e agora está no abrigo.

“Eu vim com meus familiares, com filho, neto. Nós não nos mudamos logo, porque ‘achava’ que a alagação não ia subir, aí nós resistimos. Quando a água começou a subir o assoalho, nós tivemos que correr. Mas a gente tem o lar da gente, a gente quer tá em casa, né”, fala.

O Governo Federal autorizou o repasse de recursos para a capital, Rio Branco, no valor de pouco mais de R$ 4 milhões para execução de ações emergenciais.

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