O desmatamento do cerrado na região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, pode reduzir o abastecimento e a qualidade da água em pelo menos 373 municípios brasileiros. As informações são do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).   

Segundo o levantamento, 74,5% de todo o desmatamento desse bioma, no ano de 2022, aconteceu nas bacias dos rios São Francisco, Tocantins, Parnaíba, Itapecuru e Araguaia, que cruzam a região Matopiba. Essas cinco bacias mais desmatadas no ano passado são justamente as que têm as maiores quantidades de vegetação nativa. 

A pesquisadora do IPAM, Fernanda Ribeiro, que é responsável pelo sistema, considera que um dos principais impactos do desmatamento do cerrado é a redução da oferta de água. 

“O desmatamento, ele acaba gerando mais impactos na disponibilidade e na qualidade da água. Essa falta de vegetação nativa, ela compromete a capacidade natural de absorção de água pelos solos.  Então quando a gente tem menos água, isso afeta a distribuição da água também. Então, quanto menos os solos conseguem absorver esta água (…)  você começa a ter vários a ter outros vários impactos ambientais ligados a isso”. 

De acordo com SAD Cerrado, foram pouco mais de 815 mil hectares desmatados no bioma ano passado.  

E o estado do Maranhão teve a maior derrubada no período: a cidade maranhense de Balsas foi inclusive o município que mais desmatou. Foram 24 mil hectares em 2022 contra 14 mil do ano anterior – um aumento de quase 60%. Somente no estado, pelo menos 65 municípios maranhenses podem ser afetados por dependerem das bacias mais desmatadas do cerrado.  

 

*com produção de Renato Lima

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