Josiane Santos é marisqueira há 38 anos. Sustentou os filhos sozinha catando, beneficiando e vendendo o sururu pescado na Laguna Mundaú, em Maceió. Mais de 2 anos para cá o marisco praticamente desapareceu. Um outro molusco, conhecido como sururu branco, impróprio para o consumo humano, tem se proliferado.

Entre marisqueiras e pescadores há um consenso: eles acreditam que a extração do minério salgema, pela Braskem, impacta na saúde da Laguna Mundaú. O relato deles é unânime, de 2021 para cá, é nítida a redução de mariscos e pescados. Tanto que eles foram obrigados a parar as atividades.

Vanessa dos Santos é presidente de uma cooperativa com 50 marisqueiras, que atualmente estão paradas por conta das dificuldades de encontrar o molusco.

A Universidade Federal de Alagoas divulgou um estudo sobre o caso nesta segunda-feira (18). A pesquisa aponta que o recente colapso da mina 18, dentro da Laguna, não impactou a qualidade da água. As amostras analisadas foram colhidas nos dias 2 e 7 de dezembro antes do desabamento. Uma outra foi colhida de forma emergencial no dia do colapso, 10 de dezembro, e a última no dia 11 de dezembro, um dia depois da mina colapsar.

O pesquisador Emerson Soares resume. 

Parte dos recursos que financiam a pesquisa de monitoramento da qualidade da água vem da Braskem. Os valores são repassados para cumprir um termo de ajustamento de conduta celebrado pelo Ministério Público Federal, em 2020.

A pesca na Laguna permanece proibida depois do colapso da mina 18, até que a Defesa Civil conclua o estudo de risco de novos desabamentos na região. Agora pescadores que estão impedidos de trabalhar lutam por um auxílio para sustentar suas famílias.

É o que comenta o pescador Mauro dos Santos.

Em nota a Braskem afirma que vem adotando medidas para reparar os impactos na região. O Ministério da Pesca informou que estuda um auxílio para pescadores e que, em breve, será divulgado o valor pago aos trabalhadores.

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