Redução do desmatamento em algumas áreas e aumento em outras, exploração de novas jazidas de petróleo e a retomada do Fundo Amazônia foram alguns dos destaques de 2023 na área ambiental.

O Cerrado brasileiro perdeu mais de11 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa de agosto de 2022 a julho de 2023, 3%  a mais que no período anterior. A boa notícia é que esse patamar de crescimento vem diminuindo, e a porcentagem foi menor desta vez.

Já na Mata Atlântica, o bioma mais devastado do país, o desmatamento caiu 59%, de janeiro a agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Resultado expressivo também na Amazônia, que registou a menor taxa de desmatamento dos últimos cinco anos. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a preservação dessas áreas evitou que 133 milhões de toneladas de gás carbônico fosse lançado na atmosfera. Antes de participar da COP28, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Dubai, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reforçou que este é um compromisso de governo.

E uma importante iniciativa para aumentar a proteção da maior floresta tropical do mundo foi a reativação do Fundo Amazônia. Paralisado em 2019, o fundo voltou a receber aportes internacionais em 2023 e a contemplar projetos de preservação.

Contribuições da União Europeia e dos governos da Dinamarca, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Noruega totalizaram mais de R$ 1,3 bilhão. Com isso, o fundo passou a ter cerca de R$ 4 bilhões disponíveis para novos projetos. Os recursos são administrados pelo BNDES e o presidente do banco, Aloísio Mercadante, reforçou como eles são importantes para o desenvolvimento da região sustentável na Amazônia.

A exploração de novas áreas de petróleo também esteve no foco das discussões. Com as atenções voltadas, principalmente, para a perfuração de poços na Margem Equatorial, área formada pelas bacias em alto-mar dos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A área considerada de extrema sensibilidade socioambiental.

A exploração na bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá, gerou embates entre a Petrobras e o Ibama. O órgão ambiental negou licença ao projeto e ainda não decidiu após pedido de reavaliação feito pela estatal. Mas em dezembro, um grande leilão foi realizado pela Agência Nacional do Petróleo concedendo a exploração de 192 novos blocos, de norte a sul do país, sob protesto de ambientalistas e comunidades indígenas, que veem ameaça as suas terras.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.